Monday, September 20, 2004

Praxe

Sou, com a bênção de Joshua, um indivíduo de vistas largas. Ora portantos, vejo de forma larga. Ides dentro de momentos açambarcar todo o âmago desta questão. Ora pois sucede que hoje fui praxado.

Foi bem bonito: cheguei lá e fui conduzido de mãos dadas com outro pacóvio do Alentejo ou lá de onde ele era, numa filinha indiana de muitos mais pacóvios, também eles de mãos dadas aos parezinhos. Tivesse Joshua proclamado que as praxes se dariam na primavera (ah, esse belo tempo de passarinhos a cantar e flores do campo e gravidezes indesejadas, pois as mulheres ficam com súbita vontade de serem polinizadas por um oblongo insecto que lá vá banhar-se no seu doce néctar) e nada faltaria para dar a esse momento a mais rota conotação de todos os tempos.

Variou pouco, foram pouco criativos os indivíduos. Apesar de muito ocupados (não havia um pentilhésimo de segundo em que não estavam ocupados a mandar-nos por de 4, de 2, de 5, de 6, ou a simular enrabadelas) a coisa não variava muito.

A parte mais bonita do dia foi quando apareceu um sócio tipo Che Guevara, assim com as gedelhas desgrenhadas e barba de arrumador, a tentar fazer uma lavagem ao cérebro ao pessoal; ele é a unidade do curso, ele é que a praxe é bonita, ele é os colhões do Sr. Armando das limpezas da biblioteca que cheiram a faneca frita, e depois não sei mais porque pouca atenção lhe prestei a partir da altura em que, tal como todos os bons oradores, se começou a repetir.

Perguntar-se-ão a si próprios: e desperdicei eu, um indivíduo cheio de pujança e projectos, um cagagésimo de segundo que seja na praxe? Ah pois é. Para eu ano lá estou eu a praxar. E hei-de transformar o “Ave praxe duri te salut!” ou a puta que os pariu que eles nos obrigam a vociferar gargantuosamente alto, num “Salve Joshua, que és o senhor!”. Para o ano, a praxe vai ser a iniciação a Joshua. Graças a mim. E aquelas jovens mentes pueris vão ser injectadas com conhecimento jushuano até cagarem orações bem castanhas com pedaços de milho. E quem não quiser há-de ser brutalmente sodomizado sem piedade por todos os outros (pois a praxe há-de ser obrigatória).

Ide-vos todos foder; palavra do Senhor.

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